quinta-feira, 24 de julho de 2025

Desígnios


A aprovação do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, atingiu seu ponto mais baixo. No Brasil, cinco em cada dez brasileiros acreditam que o líder americano deveria priorizar os problemas internos de seu país, em vez de interferir na política de outras nações.

Internamente, a situação também não é favorável para Trump. Cerca de 43% dos americanos desaprovam sua política de imigração e expressam descontentamento com o apoio dado a Israel no conflito com o Irã. Além disso, Trump enfrenta um período de forte turbulência: fontes próximas à Casa Branca revelam que seu nome foi mencionado várias vezes na lista de "clientes" do bilionário Jeffrey Epstein, acusado de manter uma rede de tráfico sexual por anos. Aliados republicanos estariam pressionando Trump para que ele revele o conteúdo exato desse documento.

Aqui no Brasil, alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro já perceberam o equívoco de associar sua imagem à de Trump. Empresários de diversos setores temem o impacto financeiro das taxações americanas sobre produtos brasileiros. Diante desse cenário, representantes do governo brasileiro e empresários planejam viajar aos EUA para negociar uma trégua nesse impasse diplomático. No entanto, o deputado Eduardo Bolsonaro já declarou que tal negociação não ocorrerá sem a pauta da anistia aos envolvidos nos atos golpistas.

Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, passaram anos defendendo abertamente uma intervenção estrangeira no Brasil, mencionando repetidamente "golpe" e "intervenção militar". Embora um golpe de fato não tenha se concretizado da forma que desejavam, a intervenção, de certa forma, chegou.Agora, a tentativa de associar a imagem de patriotismo a um ex-presidente que manifesta intenção de intervir nos assuntos brasileiros pode se tornar um paradoxo, confirmando, talvez, que "o feitiço virou contra o feiticeiro" ou, como diria o ditado popular, "Quando Deus quer brincar, ele cumpre seus desígnios".

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