terça-feira, 9 de setembro de 2025

O trabalho dos que trabalham.

No fim de semana, pude perceber a luta de classes ao vivo e a cores. Eu e minha esposa estávamos no norte da capital catarinense, aproveitando o dia. Na praia, o sol estava tímido entre muitas nuvens — um vento calmo e leves raios de sol moldavam a nossa pele. Estávamos sentados, conversando sobre as trivialidades comuns a um casal, observando o movimento: gente indo e vindo, correndo ou caminhando, e também os comerciantes que vendiam seus produtos e serviços. 

De repente, surgiu o Leviatã. O Estado, com seus tentáculos em todas as partes, encontrou naquela manhã de sábado o que fazer; cristalizado na forma de guardas, teve destino certo: os vendedores ambulantes que estavam na areia da praia, a ganhar o seu sustento. Não houve tempo para fuga. O Leviatã, tão cheio de burocracias e termos técnicos, logo indagou os trabalhadores sobre o que faziam ali. Por que estavam a fazer comércio sem uma autorização do Leviatã? O interrogatório durou pouco. Os guardas levaram os carrinhos de bebidas e comidas dos trabalhadores. 

O motivo? A falta de um papel que se chama alvará. Uma licença para poder levar o pão de cada dia para casa. Mesmo que houvesse o tal papel, creio que nada seria diferente. E essa certeza veio com a pergunta do burguês — dono de um restaurante na praia — que, ao ver o confisco dos meios de trabalho dos ambulantes, questionou os guardas em alta voz: — Não vão levar o carrinho do milho? — disse, enquanto apontava o dedo para o horizonte, onde se via uma mulher negra, de cabelos crespos e olhar assustado. Percebia-se que a moça sequer sabia o que acontecia ao longe. Teve mais sorte que os demais.

Possivelmente depois dali foram para outro local fazer o mesmo. 'Manter a ordem', talvez seja a justificativa. Nesse caso, o pão de cada dia se torna ameaçado por um papel colado na parede - mesmo que não haja parede para o colar -. Papel esse que significa a alforria ou a amarra de um sistema que exclui alguém que busca trabalhar de maneira honesta. E antes que me esqueça, a 'luta de classes' não é um fantasma; é uma operação policial na manhã de sábado.

domingo, 17 de agosto de 2025

Espelho

Ele, atlético, alto, com a barba bem feita. Ela, uma dama no auge de seus 37 anos, que poucos diriam sua idade real. Seu corpo revelava curvas que deixavam a todos inertes e seduzidos.

No ir e vir entre um café e outro, surgia um 'oi' desavisado, um olhar mais quente ou, até mesmo, o cheiro do perfume dele no ar. Depois de algum tempo, os breves cumprimentos já não eram suficientes para expressar a química que os atraía. Em uma repartição pública, o tempo é curto, contado.

O tempo urge. O que ruge dentro deles é o desejo da intimidade, cronometrado pelo tic-tac do relógio. A rotina, poucas vezes quebrada pelos compromissos laborais e familiares, não permitia diálogos, nem tempo a sós.

Ele, casado e pai. Marido. Ela, uma dama, esposa e mãe. A rotina vira tédio e o tédio, adultério. Ou quase isso. Um café não tira pedaço. Uma carona não é nada demais. Um bilhete é só um pedaço de papel.

Uma hora, uma ligação. Um recado no computador. "Podemos nos ver depois?". O carro dele corta a noite chuvosa. O dela, logo atrás.

Um quarto escuro, sem janelas. Apenas um leito oval. O cheiro? De mofo e desinfetantes baratos. O espelho no teto, firme e brilhante. Sorrisos.

Um beijo longo. As carícias reprimidas se esvaem entre os dedos dos dois. O úmido do quarto molha os corpos. A paixão é apressada, um esquecimento mútuo da vida lá fora. O esquecimento é para sempre. Os corpos se abraçam.

Um rangido metálico. Um estalo seco. Eles estão agora mortos. As únicas testemunhas são os cacos de vidro, agora manchados de vermelho. A traição acabou. O tempo que se apressou demais, chegou ao fim.

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

As pessoas na sala de jantar.

Cantariam os Mutantes: "As pessoas na sala de jantar estão ocupadas em nascer e morrer". Pois bem. Passaram-se 57 anos desde a famosa gravação no caótico ano de 1968. E desde lá as pessoas se ocupam da mesma coisa. 

Já havia escrito em outro texto que, em minha percepção ao menos há uma apatia constante arraigada na sociedade atual. Ao que parece tudo surgiu do acaso, do oco. Nada que temos como direitos foram em nenhum momento conquista de luta. Foi assim por que Deus quis assim.

Em outro momento, talvez as coisas fossem outras. Mas como o 'se' não conta história, o melhor a se fazer é esperar emergir um monstro da lagoa.

O que mudou foi apenas o local. Antes, as pessoas davam-se ao luxo de estar na sala de jantar. Agora estão na sala de reuniões, no metrô, no feed do Instagram. Nascem a cada like, morrem a cada scroll. A vida virou um loop de atualizações, e a revolução foi substituída pelo botão 'compartilhar'. 

Parece que a sala de jantar dos Mutantes virou um pedido do Ifood. A mesa é conjunta mas cada um está em uma fatia diferente do mundo. 

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Injustiça legalizada.

Acordo com a notícia que um jornalista foi assassinado por Israel na cidade de Gaza. Mas para Israel, não era um jornalista, mas sim "membro do Hamas". 

A lógica é esta: está vivo, respirando e relatando as atrocidades cometidas pela IDF, é um terrorista. Independente da origem, da etnia, da religião. 

Israel diz erar em uma luta do bem contra o mal. Mas o mal, ao que parece está em todo o lugar. 

Se uma escola foi bombardeada: era um quartel do Hamas.

Se um hospital foi destruído: haviam membros do Hamas lá.

Se jornalistas, crianças famintas foram assassinadas em busca de comida: eram infiltrados do Hamas.

Mas para a maioria da população brasileira, Israel está correto em cometer tais atos, afinal é o 'povo escolhido por Deus'. Além do mais, não é incomum em passeatas de direita pessoas usarem a bandeira de Israel, alegando se tratar de um Estado cristão..

É controverso amar um Deus justo e ao mesmo tempo defender um país que mata crianças na fila de comida, assassina civis inocentes, ocupa áreas de maneira ilegal e tudo isso debaixo de um discurso de legitimidade. 

Além de controverso, é nojento e asqueroso.

sexta-feira, 25 de julho de 2025

Perdão

Lá pelas bandas do Alegrete, morava um sujeito magro, de aparência pueril. Seu nome era Jesuíno. Os cabelos, sempre bem penteados e rentes ao rosto, emolduravam um rosto pálido onde se destacavam óculos de lentes fundas. Por trás delas, via-se perfeitamente o verde desbotado de suas pupilas. Suas mãos, de dedos longos e finos como os de um pianista, carregavam uma aliança dourada que reluzia ao sol. No entanto, nunca se vira tal homem acompanhado de qualquer dama.Morava na última casa da Rua dos Marinheiros. Sua casa era a de número 17 — uma construção do começo do século passado, cercada por uma grade pontiaguda, por onde se via um longo gramado mal cuidado, salpicado de flores amarelas. Os crisântemos, resistentes e solitários, davam um ar de falsa nobreza ao lugar, como se a casa insistisse em manter alguma dignidade, ainda que há anos ninguém a tivesse cuidado. 

O prédio, de um vermelho carmim desbotado, era uma construção de madeira antiga, com duas janelas verdes de caixilhos corroídos pela umidade. A porta, feita de um único batente gasto, exibia um orifício circular no centro - uma espécie de olho mágico primitivo que observava a rua deserta. Os vizinhos sabiam quando o general chegava: as luminárias internas projetavam através das cortinas manchadas um reflexo alaranjado doentio, aquele tom feio de lâmpada velha. Era o único sinal de vida que emanava daquela casa morta.

Tratava-se de um sujeito solitário. Galgara a melhor posição que conseguira no Exército: Coronel. Solteiro, tivera uma vida amorosa bastante extensa, com casos discretos que alimentavam os cochichos na pequena cidade onde vivia. Por deliberada escolha, não tivera filhos. Sua esposa, companheira de quase trinta anos, abandonara-o justamente por essa decisão que considerava egoísta. Desde então, tornara-se para ex-colegas e vizinhos uma figura amuada, de conversas curtas e olhar sempre fixo no horizonte, como se esperasse algo - ou talvez alguém - que nunca chegaria.

Quem sabe ele não fosse bruxo. Ou um maçom. Será que fazia rituais satanistas em sua casa? – Isso e outras coisas os vizinhos falavam de boca miúda para não o chatear.

Jesuíno morreu numa terça-feira de Carnaval. Quando o encontraram, dias depois, seu corpo já estava em decomposição, exalando um odor de crisântemos murchos e terra molhada. Na cabeceira de sua cama, três objetos chamavam atenção: a aliança que nunca tirara do dedo, seu diário militar - onde confessava todos os desvios e desmandos cometidos no quartel em nome da honra e da pátria - e uma fotografia preto e branco de uma jovem, sua ex-esposa.

Os vizinhos ficaram perplexos. Na noite anterior, muitos juraram ter visto uma senhora de cabelos loiros e longos, vestindo um traje azul angelical, passando diante da casa do general. Porém, quando amanheceu, não havia nenhuma pegada no orvalho matinal. Seu único amigo e ex-colega de quartel riu do que ouvira: "Bobagem de gente fofoqueira". Promoveu Jesuíno postumamente a general e rebatizou o quartel onde fizeram carreira com o nome do falecido.

Na primavera seguinte, um único crisântemo desabrochou no já esquálido gramado da casa. Suas pétalas tinham o mesmo verde desbotado das pupilas do general. O verdadeiro alvoroço começou quando as crianças afirmaram que, ao se aproximarem da flor, ouviam chiar uma cadeira de balanço e um suspiro murmurante que pedia: "Perdoa-me, Inês..."

Mas adultos não acreditam nessas coisas.

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Desígnios


A aprovação do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, atingiu seu ponto mais baixo. No Brasil, cinco em cada dez brasileiros acreditam que o líder americano deveria priorizar os problemas internos de seu país, em vez de interferir na política de outras nações.

Internamente, a situação também não é favorável para Trump. Cerca de 43% dos americanos desaprovam sua política de imigração e expressam descontentamento com o apoio dado a Israel no conflito com o Irã. Além disso, Trump enfrenta um período de forte turbulência: fontes próximas à Casa Branca revelam que seu nome foi mencionado várias vezes na lista de "clientes" do bilionário Jeffrey Epstein, acusado de manter uma rede de tráfico sexual por anos. Aliados republicanos estariam pressionando Trump para que ele revele o conteúdo exato desse documento.

Aqui no Brasil, alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro já perceberam o equívoco de associar sua imagem à de Trump. Empresários de diversos setores temem o impacto financeiro das taxações americanas sobre produtos brasileiros. Diante desse cenário, representantes do governo brasileiro e empresários planejam viajar aos EUA para negociar uma trégua nesse impasse diplomático. No entanto, o deputado Eduardo Bolsonaro já declarou que tal negociação não ocorrerá sem a pauta da anistia aos envolvidos nos atos golpistas.

Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, passaram anos defendendo abertamente uma intervenção estrangeira no Brasil, mencionando repetidamente "golpe" e "intervenção militar". Embora um golpe de fato não tenha se concretizado da forma que desejavam, a intervenção, de certa forma, chegou.Agora, a tentativa de associar a imagem de patriotismo a um ex-presidente que manifesta intenção de intervir nos assuntos brasileiros pode se tornar um paradoxo, confirmando, talvez, que "o feitiço virou contra o feiticeiro" ou, como diria o ditado popular, "Quando Deus quer brincar, ele cumpre seus desígnios".

quarta-feira, 23 de julho de 2025

O Brazil e o Brasil

O Brasil sempre foi visto, por alguns, como um "quintal americano". E, sem dúvida, uma parte da nossa elite sonha em voltar para essa condição. Isso já mostra bem a falta de conhecimento e valorização que temos da nossa própria terra. 

É fácil perceber que muitos brasileiros, em geral, parecem não ter orgulho da nossa cultura, internalizando um ideal europeu ao se identificarem como "alemão" ou "italiano". Essa falta de conexão com as nossas raízes é bem clara, mesmo entre quem nasceu aqui – o que Nelson Rodrigues chamaria de "complexo de vira-latas". É irônico, mas o vira-lata caramelo, por outro lado, virou um símbolo bem autêntico do que é ser brasileiro, mostrando que até no jeito mais simples, tem coisa genuína da nossa identidade que a gente valoriza.

Para os Estados Unidos, qualquer país que não esteja totalmente alinhado com o que eles fazem é visto como uma ameaça à segurança deles. Foi assim com o Iraque, Guatemala, Panamá e até com o próprio Brasil. Para as elites americanas, somos um celeiro enorme para ser explorado por multinacionais a baixo custo. E a situação de hoje não é muito diferente do que acontecia há uns sessenta anos. A autonomia do BRICS e a ideia de criar uma moeda própria para o comércio, sem depender do dólar, deixam o governo americano bem preocupado. Até o Pix virou alvo dos Estados Unidos. 

É impressionante como a busca pela independência de um país pode trazer tantos desafios, especialmente quando há uma desconexão interna sobre o que o Brasil realmente é e seu potencial no mundo.

Em outro ponto, temos a direita brasileira. Não tem nada de errado com a direita em si. Mas, em outras épocas, esse lado político era formado por gente culta, que sabia debater e expor suas ideias sobre o mundo. Hoje, na era das redes sociais, o que parece importar é a imagem, o impacto na hora e a fala que "cala" o adversário. Isso só contribui para a superficialidade do debate e a falta de aprofundamento sobre os desafios e o que podemos ser como país.

Juntando um lado e outro, a gente percebe que o Brasil aparece como um grande país do futuro, mas o futuro nunca chega. O Brasil de verdade, com todos os seus problemas e falhas, e o Brasil que a gente imagina não se conversam. Ainda tem a falta de perspectiva, impulsionada pela ausência de lideranças políticas como tivemos antigamente, o que só piora a deficiência no conhecimento e na construção de uma identidade nacional que faça sentido.

terça-feira, 22 de julho de 2025

Patriotismo seletivo.

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está em sua viagem aos Estados Unidos. Até aí, nada de novo. A família Bolsonaro possui verdadeira fixação com a terra do Mickey e sempre que pode quis colocar o Brasil como uma colônia do Tio Sam. É um "patriota" que odeia o país em que vive.


O deputado (sim, deputado) está sendo pago com nossos impostos para realizar em solo americano uma micareta golpista junto de seu amigo, o filho do ex-ditador João Figueiredo, Paulo Figueiredo. O motivo alegado pela dupla é "expor aos veículos de mídia americanos a censura e perseguição" que, de acordo com eles, estaria ocorrendo com o pai de Eduardo. O que aconteceu na esteira desses fatos foi que o presidente americano Donald Trump resolveu impor uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros exportados aos EUA. Eduardo quase teve um orgasmo ao saber que o seu mentor intelectual estaria retaliando seu próprio país de origem.

 Além disso, o filho 01 do capitão afirmou também que o mandatário dos Estados Unidos pode relaxar as tarifas se o Congresso colocar como pauta a PL que trata da anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ou seja, chantagem pura e simples vinda de um deputado mequetrefe que nunca fez nada de útil pelo próprio estado que sempre o elegeu.


Agora eu imagino se as coisas fossem diferentes. Caso Bolsonaro tivesse sido reeleito, como as coisas estariam se um parlamentar de "esquerda" fizesse a algazarra que o Dudu está fazendo contra nosso próprio país? Será que a mídia estaria tratando dessa situação com toda a calma e parcimônia que estamos vendo?


Possivelmente não.


Depois de todo esse imbróglio, Jair Bolsonaro foi obrigado a utilizar tornozeleira eletrônica e a se abster de usar redes sociais por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A ordem é clara: ninguém solta o tornozelo de ninguém. O que resta é a indignação com a postura de um parlamentar que parece priorizar interesses externos e pessoais em detrimento da nação que deveria representar. 


Além disso, chama a atenção o silêncio seletivo de governadores bolsonaristas. Aqueles que frequentemente se declaram patriotas e utilizam suas redes sociais para se manifestar sobre diversos temas, desta vez, não se pronunciaram em defesa dos interesses dos estados que governam diante dessa taxação. Um "patriotismo" bastante peculiar, não acha?

quinta-feira, 17 de julho de 2025

A apatia que assusta.

Foi sempre assim. Ouço isso com certa frequência quando vejo as pessoas ao meu redor dialogando sobre assuntos triviais. Sempre foi e, portanto, sempre será. 
Essa apatia assusta. É nítido que as coisas não mudaram do mero acaso. Foram as inquietações que deram origem às revoluções, às mudanças.
Imagino o que essas pessoas falariam durante as discussões que deram fim a escravidão: - Pois é, Moacir. Pra quê terminar com isso? Tá dando certo faz tempo. E outra: foi sempre assim. 

terça-feira, 15 de julho de 2025

O Jorge Amado de 1937 e a Santa Catarina de 2025

Uma vereadora de Itapoá (SC) viralizou ao afirmar, em sessão ordinária, estar estarrecida com o livro "Capitães da Areia", de Jorge Amado. O mais chocante foi o fato de a parlamentar sequer ter lido a obra na íntegra, baseando suas conclusões na "escandalização" de supostos pais que lhe pediram a retirada do livro das escolas municipais. Jéssica Lemoine (PL) alegou que o livro, lançado em 1937, "romanticiza a pobreza" e "promove a marginalização dos mais jovens". Além disso, sugeriu que a faixa etária para a obra fosse aumentada de 14 para 18 anos, devido ao suposto "linguajar inadequado" do enredo.


É irônico pensar que o que causa a marginalização é, na verdade, a falta de perspectiva e políticas públicas — algo que é função de pessoas em cargos de poder, como Jéssica — e não um livro escrito há mais de oitenta anos.


Em outra ocasião, um vereador de Caxias do Sul (RS), também do PL, afirmou na tribuna da Câmara que baianos "apenas sabiam fazer carnaval e tocar tambor". Essa fala extremamente racista viralizou nacionalmente, justamente na semana em que trabalhadores baianos haviam sido resgatados de uma situação de trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves. O vereador em questão foi alvo de um pedido de cassação, que, no entanto, foi rejeitado. Sua voz, infelizmente, ecoava a de muitos.


Chega a ser cômico quando pessoas que deveriam se preocupar com a falta de professores, médicos, remédios, obras em estradas e outras necessidades urgentes se preocupam apenas em "lacrar" nas redes sociais para alcançar sua claque. Esses dois episódios isolados revelam que, em 2026, teremos um longo e árduo caminho de conscientização política, especialmente para as classes mais vulneráveis da sociedade. A "lacração" travestida de preocupação ideológica em nada auxiliará o Brasil a melhorar a forma de representação nas casas de poder.

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Foi sempre assim. Ouço isso com certa frequência quando vejo as pessoas ao meu redor dialogando sobre assuntos triviais. Sempre foi e, porta...